Recordo-me que havia sonhado.
Retrocedendo a noite e encontro-me numa casa de chá que fica ao ar livre.
Olho em volta e só encontro dois lugares vazios.
Este é o lugar que já considerei alegre.
Agora sinto o vento balançando arvores, soprando forte, arrancando folhas, levantando a toalha colorida da mesinha em que costumava em outros tempos sentar.
Os pés que sustentam esta mesinha já estão cobertos de ferrugem, as cadeiras um pouco tortas, noto que o tempo também as marcou.
Depois de observar, puxo uma cadeira e sento.
Existe ainda uma flor vermelha em cada mesa, o rapaz que servia ainda é o mesmo,de tantos anos atrás.
Hoje um senhor austero, seus cabelos cor de prata e em seu rosto noto a mesma marca de tudo o que nos cerca, a do tempo.
Lembro-me de alguns anos passados... senhorita, não vai levar a flor?
Esta rosa vermelha é gentileza da casa, notei que a senhorita não apanhou a flor de cima da mesa, queira aceitar.
Balbucio um obrigada.
Jamais saberá o que significa para mim este “obrigada”.
Vou embora, sem ao menos saber porque aqui voltei.
As folhas caem, a música some pouco a pouco...me afasto mais e mais...sinto uma paz infinita.
Acordo sorrindo, foi sonho ou vivi?
CP 62 Bia Castellano
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